Armadilha do macaco



"Para apanhar o macaco, em África, as pessoas põe um coco dentro de um caixa onde a mão do macaco passa mas o coco não passa. Quando ele põe a mão e tenta tirar o coco não consegue porque a mão e o coco juntos não dá para passar e como a caixa está presa ele fica aí não larga o coco para fugir, até ser apanhado e muitas vezes morto. Na realidade ele está preso porque quer, só que ele é que não dá conta"

Bem verdade vos digo, esta armadilha retrata muito situações da vida, em que estamos agarrados à "coisas", situações, sentimentos, emoções, ilusões, que de algum modo sabemos que não as conseguimos ter em liberdade. No entanto continuamos agarrados a estas situações enumeradas anteriormente simplesmente porque as desejamos tantos que ficamos cegos em relação a nós mesmo.

As pessoas se envolvem de tal forma que assumem que ficar sem a dita "coisa" a vida terminará, sem se aperceberem que ela terminará se ficar, ou já terminara no momento que agarrou o coco. Mais difícil ainda é convencer a pessoa de que só lá está porque quer, porque já interiorizou de tal forma a necessidade desta prisão que acha impossível viver sem ela.

A vida pode ser aquilo que queremos, mas depende muito do que sentimos que realmente queremos e o que reflectimos sobre ela.

Aceitar que nem tudo que queremos é na realidade para ser nosso, é um acto de sabedoria, porque as vezes, aquilo que tanto queremos nos destruirá, por esse motivo quando não consegue algo, agradeça, pode ter se safado de uma boa.

Comentários

PGA disse…
Fantástico texto de sabedoria.

Agradecido.
Anónimo disse…
Excelente texto, adorei...

Todos nós em determina fase da vida fazemos o papel desse macaco, quer queiramos quer não. Obrigado por me teres relembrado o quanto macaco eu costumava ser :p
Para vivermos temos que saber passar todos estes momento, e melhor ainda, aprender com eles.
Anónimo disse…
xiii..

Agora é que me tramaste!.. :D

... Realmente, é complicado encontrar a saída de um labirinto, criado por todo o tipo de bengalas: medo, insegurança, auto-estima, expectativas, desejo, comodismo…
É completamente irracional mas, o desejo de possuir é tão grande que se torna quase animalesco pensar que somos superiores, quando afinal estamos apenas a ser arrastados… quando no final apenas nos estamos a deixar arrastar…

…pois é:
Desejo doentio,
Tomado por uma Fome galáctica,
Encorajado por uma esperteza saloia,
Que nos lança para o mais fundo dos poços
E lá nos mantém a mais estúpida das certezas…

É a estupidez mascarada de doce, quando perseguimos um côcô com sabor a desgraça, humilhação, dor, “arrependimento”…

e por quê?..

Pelo simples prazer de apenas tê-lo por mais uma fracção de milésimo de segundos nas mãos…

Mas é nessa partícula de tempo, que o tempo voa… e nos embrenhamos ainda mais no novelo da armadilha, enredamos, embrenhamos, afundamos… e afogamos!
… Afogamos e não nos deixamos salvar…
E chora, lamenta, desespera por ninguém se lembrar… que precisava de ser salva.

Mas e se a ajuda chegar… estará mesmo pronta a ser salva?

F.N.
Anónimo disse…
Do querer nada ao nada querer?

:)

Sempore achei interessante a doutrina do total desprendimento e do vazio como forma de liberdade. É paradoxal. Sabes que existe e desejas mas esforças-te por não querer. Não será uma prisão identica?

Sempre há uma prisão em nós, não há maneira de escapar. A sabedoria consiste em saber viver com ela.

Digo eu ... e digo mais... digo Bom dia :)
Depende, se te faz feliz. Muita essa liberdade não é vivida por medo da crítica social, pois, socialmente é suposto o indivíduo ter determinadas características.

A questão do total desprendimento é algo impossível, porque geneticamente não fomos feitos para ficar sozinhos, mas esse é outro tema que post que irei escrever, "geneticamente casados". :P
PS: Gostei da música, muito calma, bom para o reencontro com os chakras
Anónimo disse…
Fico a aguardar o teu "geneticamente casados". Tentarei acicatar-te com o fecho éclair :P

(...)

Tinha tudo, tudo

sem peso nem conta,

bragas de veludo,

peliças de lontra.



Um homem tão grande

tem tudo o que quer.



O que ele não tinha

era um fecho éclair.

António Gedeão

claro que o poema se refere ao ter mas fora do contexto fica interessante para o futuro post :)
hehehe, isso foi mesmo para me puxar o pensamento :P
Ana Corrente disse…
Diz ai meu bro...qual foi a boa da qual te safaste desta vez?
Gostei do texto bastante rico em sabedoria serve de reflexao.
Tu sabes que a dependencia amorosa por exemplo 'e uma das grandes armadilhas que nos destroi.
Penso eu que a verdadeira felicidade vem quando nos' somos verdadeiramente despreendidos do coco^.Engracado como as pessoas se agarram as coisas dessa vida que no fundo tudo tem o seu prazo de validade.O conhecimento, a alegria de viver , o amor ao proximo e a si mesmo isso quase todos querem e poucos sabem agarrar.Kisses
Nada em particular minha Bro, como sabes, muito da minha escrita não reflecte necessariamente o que estou a passar, mas sim análises que faço na vida do quotidiano, pensamento e reflexões do que é viver. Esta foi mais uma delas, até porque, como sempre, a minha é tão dinâmica que me apresenta sempre surpresas, e ando a viver uma agora.
Jorge Ramiro disse…
Claro, é um bom reflexo, eu também gostei da comparação com o comportamento dos animais. Estou interessado em tudo relacionado aos animais, porque eu tenho um petshop on-line.