Confúcio


O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal num copo de água e bebesse.


– "Qual é o gosto?" – perguntou o Mestre.
– "Ruim " – disse o aprendiz.

O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e fosse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem atirou o sal ao lago. Então o velho disse:

– "Bebe um pouco dessa água".
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:

– "Qual é o gosto?"
– "Bom!" – disse o rapaz.

– Sentes gosto do "sal" – perguntou o Mestre?

– "Não" – disse o jovem.
O Mestre então sentou-se ao lado do jovem e disse-lhe:

– A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende do lugar onde a colocamos. Então, quando sentires dor, a única coisa que deves fazer é aumentar o sentido das coisas. Deixa de ser um copo. Torna-te um lago...

Comentários

Anónimo disse…
O facto de vivermos cada vez mais centrados em nós faz com que nao tenhamos consciencia de outras realidades que nos rodeiam.

No entanto, esse "centramento" nao é bem aproveitado devido á dificuldade e talvez receio de olharmos para o que somos, de nos questionarmos e trabalharmos o nosso interior, como tal a nossa atitude passa por "exagerar" o que vai dentro de nós, e muitas vezes nem sabemos o quê porque nao queremos saber, apenas nos sentimos uns desgraçados e afirmamos que a vida nao faz sentido e preferimos morrer,...

Pois é, quando nao conseguimos perceber que todos temos uma força dentro de nós e que apenas nós a podemos tornar maior ...

O sofrimento que se vai sentindo na vida (seja ele pelo que for) se nao for trabalhado, entao será sentido em vao, pois ele é uma ferramenta do nosso crescimento interior, mas é visto por nós como um destruidor de felicidades.

Porque nao pensamos no sofrimento como uma especiaria que serve para "temperar" e por isso intesificar o sabor da nossa vida?

Ate porque se nao fosse "essa a sua funçao (temperar)", todos os momentos bons seriam neutros, sem sabor, como a maioria da fruta que compramos hoje nos hipermercados e tanto reclamamos por pagarmos tanto e nao saberem a nada...

Era assim que queriamos que fosse a nossa vida? "a saber a nada", de certo que nao.

E é para isso que a tristeza existe, apenas temos de saber ser "cozinheiros" e confeccionar pratos saborosos com os ingredientes que a vida nos dá.

Lembrem-se dos textos postados em Agosto:
"Sorte de nascer";
"A imagem que mudou a minha vida".
Perante eles só nos resta tomar consciência e tornarmo-nos lagos, em vez de exagerarmos sentimentos que podem ser trabalhados por nós.
Por estes e outros motivos digo que para ser feliz é necessário saber ser infeliz.

A questão do sofrimento tem muito haver com o facto de nós encararmos a morte como a perda, o fim , o término de algo. A morte também pode ser encarada como o nascimento de algo novo, pois para algo novo nascer é necessário o velho morrer.

Sofrer só por sofrer, não faz desenvolver, mas aprender com este é o mais importante.