Menino hiperactivo


Certa vez, estava eu na paragem do autocarro, em Benfica. Já era tarde, a noite se fazia silenciosa. Na paragem havia uma senhora que também esperava pelo autocarro. Aos pouco, começamos a conversar. Durante a conversa, a senhora disse que o filho a cansava como um marido que durante anos a tivesse batido.

Foi curioso, vê-la relatar as peripécias do rapaz, como criança, era um rapaz hiperactivo. Desabafava a senhora pelo facto de vir cansada do trabalho, e ainda ter que cuidar dos 2 filhos sozinha. Sim, ao que parecia, era mais uma mulher que criava os filhos em um pai.

Pelo o horário que ia trabalhar, naquela noite, e o tipo de função que desempenhava, gostava completamente a paciência no trabalho. Quando chegava a casa, segundo ela, naturalmente os filhos faziam o seu barulho, a sua bagunça. Muitas vezes, dizia ela, o mais velho queria conversar, e o seu tema preferido era o Noddy. Foi engraçado ver as expressões faciais que ela fazia enquanto dizia:

Ai meu Deus, Noddy para cá, Noddy para lá, o Noddy fez, o Noddy disse - dizia ela As vezes quero dormir e lá está ele com estas conversas ou quer brincar comigo, e estou muito cansada. Muitas vezes tenho que dar berros para parar de me chatear.

Perguntei, o que ele mas gostava dentro de casa.
De mim, é meu fã incondicional - respondeu ela.

Foi então que questionei porque motivo queria exigir do menino, uma responsabilidade que não quaduna com a idade dele. Era mais que normal que a criança nesta fase esteja a viver exactamente aquilo que a idade proporciona.

Era compreensível que ela estivesse stressada, mas que a criança não tinha culpa era mais que evidente. O gritar é algo que não ajuda nada no controlo emocional da criança, já noto muito que as crianças têm uma grande tendência para falar alto.

Aconselhei a senhora a tentar reagir com sabedoria, para tornar a criança mais calma. Sempre que o rapaz estiver muito inquieto, fazer com que ele fique ao seu lado, ou mesmo pedir que ele faça massagem ou algo semelhante. Durante este momento, deve ir conversando com ele em tons calmos, para ele ir aprendendo a ser mais calmo. Uma boa solução é aprender música, porque faz com que a criança mantenha a sua concentração e a torna também mais calma.

Hoje em dia, com a exigências sociais mais apertadas, os pais vêm obrigados a fazer os filhos passar mais tempo com estranhos do que os próprios pais. Nesta vertente, é necessário que os pais tentem ter sempre consciência da necessidade dos filhos, nos vários domínios.

Disse a senhora que, se ela não quer criar uma criança tão stressada como ela, ela deve aprender a ser mais serena quando está em casa, mesmo que quiser chamar atenção as crianças, deve fazer sempre sem gritar.

Comentários

Anónimo disse…
:oD
Hoje em dia a correria existente entre casa e trabalho e trabalho, casa, que por si só é causadora de stress,e que se poderá "agravar" mais ainda ao sentirmos tambem os outros stressados, acaba por fazer com que a atençao que deveria ser dedicada ás crianças se transforme em momentos de gritaria, para que as crianças se dirijam para os seus Quartos de forma a nao incomodar o pai ou a mae que está a precisar de descansar.

Este tipo de atitude mostranos que muitas vezes sao os proprios pais que empurram os filhos para os "mundos" isolados, como por exemplo quando lhes dizem "tens tudo o que queres, porque vais brincar,e deixas a mae / pai em paz..."

Pois é, grande erro, ja pensaram que provavelmente a revolta dos jovens foi originada através das atitudes dos seus pais!?

Acreditem que nos primeiros anos de vida a presença dos pais é crucial para o seu desenvolvimento psicologico e é na adolescencia que mais precisam de sentir que estao a ser compreendidos.

Não é facil acompanharmos o crescimento dos nossos filhos, sentimos por vezes que nao estamos á altura ou nem reconhecemos aquele ser que está diante de nós.

A vida pode nao permitir realmente que estejamos sempre presente na vida dos nossos filhos, mas quando temos essa possibilidade (nem que sejam apenas 5 minutos), simplesmente temos de fazer com que esses 5 minutos sejam bem aproveitados e se consiga construir algo importante.

Esteja atento ás suas atitudes, leia sobre como "educar" acompanhar um filho e ajude-o a tornar-se numa pessoa emocionalmente estavel, confiante e amante da vida!

O que importa nao é a quantidade do tempo que dedicamos a alguem, mas sim a qualidade.

Que nos adianta seguir o que estás "instituido" pela sociedade (andar na escola para ter um bom trabalho, casar e ter filhos) se depois nao fazemos para que se consiga estar á altura?
"Que nos adianta seguir o que estás "instituído" pela sociedade (andar na escola para ter um bom trabalho, casar e ter filhos) se depois não fazemos para que se consiga estar á altura?"

De facto, tudo isso para criar os filhos sob stress constante, e muitas vezes as metas pessoais são postas de lado, levando à frustrações. Também muito tem haver com a vida difícil na fase inicial, heis o motivo que muitos casais preferem ter filhos mais tarde, quando têm mais estabilidade.

Ter o apoio dos pais, é determinante neste equilíbrio. O papel dos avós é cada vez mais determinante no crescimento e educação das crianças, principalmente na estabilidade emocional.

Boa parte dos problemas de muitos jovens é a estabilidade emocional, que geralmente, é procurada nos pais, e quando falta, leva a problemas existenciais, problemas de auto-estima, de equilíbrio e inteligência emocional.

Geralmente se não for a personalidade da criança que não se deixa afectar todos estes problemas vêm à superfície na adolescência e prolonga-se na vida.